quarta-feira, 23 de março de 2011

Curió - Oryzoborus angolensis



 O nome Curió na língua tupi guarani significa "Amigo do Homem", pois este pássaro gostava de viver perto da aldeia dos índios. Esta característica de se aproximar do ser humano, a sua elegância, a enorme capacidade de disputar pelo canto quem é o dominador do território, e a enorme qualidade de seu canto, fez do curió um amigo muito estimado entre os criadores e amantes de pássaros em geral. O bicudo (oryzoborus maximiliani) é um parente muito próximo do curió e também excelente cantor, só que um pouco maior e é todo preto e com a mesma mancha branca na asa. O canto de curiós e bicudos é tão apreciado que, nos concursos, essas qualidades são muito importantes.

O Curió aprende a cantar desde pequeno com o pai, porém, os aconselham que os filhotes ouçam o canto do pai, somente se este canto for perfeito. As aves emitem sons que podem exprimir alegria, tristeza, aviso de alerta, dentre outros. Há uma grande variedade de cantos, e varia de região para região, havendo casos de pássaros que emitem até 40 assobios diferentes.

No Brasil já foram encontrados mais de 128 cantos diferentes e, os mais conhecidos são: Praia Grande (é o som que você ouve nesta página), Paracambi, Uberaba, Vi te teu, Mateiro (que é o natural do pássaro). Quanto a repetição pode ser curto (de 1 a 4) ou longo (mais de 5). O canto mais difundido por todo o Brasil é o chamado Praia Grande. Esse canto é originário das praias paulistas e, atualmente, está extinto na natureza, ou seja, os pássaros selvagens não mais o emitem. Por isso, a preocupação dos criadores de todo Brasil é que seja mantido, em cativeiro, esse tipo de canto. 
 
O curió além de excelente cantor é um imitador nato, por isso, não é aconselhável criá-lo com outras espécies de pássaros, porque ele aprenderá facilmente o canto delas, perdendo assim a pureza de suas notas musicais características.

O melhor tempo para o curió aprender a cantar é quando novo , ainda com 3 meses. Colocando o pássaro para escutar o canto de fita, CD ou de um mestre (pássaro do plantel que tem o melhor canto), mas também pode aprender depois de velho se ele for cabeça mole (nome dado pelos criadores, um curió que ao escutar um canto diferente do seu troca de canto). Você pode encontrar discos contendo gravações de canto de curió, especiais para o treinamento de filhotes e aperfeiçoamento do canto de curiós adultos. Para conseguir informações de como obter esses discos consulte as Associações de Criadores. 
 
REPRODUÇÃO

 
Na natureza o curió defende com muita garra seus domínios. Se alguma outra ave se aproxima do ninho, ele a repelirá até com certa violência. Em cativeiro não será difícil procriar a espécie, desde que seja reconstituído o seu habitat natural. para isso, você deve criá-lo em gaiolões ou viveiros. Nos viveiros devem ser plantadas pequenas árvores como pinheirinho. Nos gaiolões, devido ao espaço menor, coloque alguns ramos de bucho (tipo de vegetação) para a fêmea usá-los na construção do ninho. 

Este ninho pode ser encontrado em qualquer loja especializada e colocado no viveiro ou gaiola. O importante é colocar as gaiolas ou os viveiros em local arejado, que não seja escuro, não sofra correntes de ar e nem excesso de calor ou frio e, se possível, receba os raios solares da manhã. 
 
O reprodutor deve gozar de total saúde, e a fêmea também deve estar com boa saúde e deve estar pronta para a procriação. Não se deve cruzar pássaros consangüíneos para não ocorrer degeneração. A fêmea deve ter de 1 a 4 anos de idade, que é seu período de postura, embora algumas continuam com a postura mais tempo. Depois do nascimento do filhote é aconselhável tirar o macho e deixar só a fêmea, mas o macho deve estar por perto para ensinar o filhote a cantar. 
 
Para que o acasalamento aconteça, coloquem o macho e a fêmea inicialmente em gaiolas separadas, mas próximas uma da outra. Após cinco dias desse "namoro" à distância, junte os dois na mesma gaiola e deixe-os juntos para cruzarem durante 1 ou 2 meses.

É nesse tempo que a fêmea vai preparar o ninho. A fêmea normalmente põe dois a três ovos, que são chocados em torno de 12 dias. Quando os filhotes nascem, levarão cerca de 10 a 14 dias para saírem do ninho. É nesse período que os filhotes começam a exercitar as asas e as pernas, por isto, você deve colocar o ninho em lugar baixo para evitar que os filhotes morram por uma eventual queda. Com 20 a 25 dia os filhotes começam a gorjear (cantar). 
 
Quando eles estiverem com 30 dias mais ou menos, já se alimentam sozinhos e você deve retirá-los da companhia dos pais. Isso é muito importante porque o macho, inexplicavelmente, poderá feri-los se ouvir cantos de outros pássaros. Por isso, coloque os filhotinho em gaiolões para voarem e se desenvolverem.
O curió é conhecido pela higiene e limpeza do ninho. Isso é tão marcante na espécie que alguns criadores não colocam mais a coleira de identificação na perna dos filhotes enquanto estão no ninho, porque a mãe curió vai retirá-las podendo até ferir os filhotes nessa tentativa. Ela não aceita nenhum objeto estranho ou sujeira no ninho.
A troca de pena e bico é feita no período de abril a junho (podendo variar de um pássaro para outro e de regiões), neste período há uma queda da resistência e o curió está sujeito a pegar febre e outras doenças. Convém cobrir a gaiola para evitar o vento e, dar boa alimentação e deixar a gaiola bem limpa. Neste período o curió provavelmente deixará de cantar.

ALIMENTAÇÃO
 
O curió principalmente seus filhotes se alimentam de Tenébrio molitor que devem ser criados em casa. Quando sua criação de tenébrios estiver pronta, separe algumas, e as coloque em um pratinho com leite em pó. Elas vão se alimentar com o leite e quando consumidas pelo filhotes, se tornarão um alimento duplamente rico em proteínas.
Outros alimentos são os gafanhotos, cupins, pão molhado em água e milho verde, além das misturas para pássaros, alpiste e painço, ovo (clara e gema) cozido.

A alimentação dos filhotes deve ser deixado por conta das mães. Você não deve colocar o alimento diretamente no ninho dos filhotes mas sim deixar que os pais façam isso. Nesse momento é importante observar os cuidados que eles dispensam aos curiózinhos. Deixar a disposição da mãe os alimentos de matrizes e adicionar 8 Tenebrios molitores para cada filhote por Dia. 
 
Tome cuidado ao compra frutas e verduras, tenha certeza de que não foi passado inseticida na plantação e se estão estragadas. As verduras (almeirão, chicória, espinafre, catalonia) e legumes (milho, abobrinha, jiló) poderão ser dados ocasionalmente durante todas as fases da criação.

O grande cuidado a se tomar são com as verduras, pois deverão ser bem lavadas e colocadas pôr 30 minuto em uma solução de água (98%) e vinagre (2%). Evite alface e salsa.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Conheça Vila Inhomirim!!

Vila Inhomirim, ou antiga Raiz da Serra, é um distrito-bairro da cidade brasileira de Magé, no estado do Rio de Janeiro.É a sede do 6º Distrito. No passado, se iniciava a subida da locomotiva que empurrava os vagões da composição que vinham da estação ferromarítima de Praia de Mauá em direção à cidade de Petrópolis, parte da Estrada de Ferro Barão de Mauá, primeira ferrovia comercial do país.




Na Serra da Estrela ou Serra dos Órgãos se encontra o Caminho do Ouro, uma trilha famosa construída em 1724 com pedras por escravos de Bernado Soares de Proença, rico fazendeiro da cidade, que trazia ouro de Minas Gerais até Magé. Por esta façanha a trilha foi batizada pelos escravos e aventureiros como “Caminho do Ouro ou Caminho Novo das Gerais”. A calçada de pedras ia de Vila Inhomirim, em Magé, até o bairro Secretário, em Petropólis, e levou aproximadamente dois anos para ser construída.




Uma grande parte do ouro do nosso país foi transportado através deste caminho. A trilha hoje é um atrativo para os amantes da natureza e seu calçamento é considerado um trabalho de arte e harmonia.


A travessia é feita por dentro de Mata Atlântica, onde é possível encontrar várias espécies de bromélias, musgos, samambaia e animas como macacos, preguiças, caxinguelê, gambá e até mesmo jaguatiricas. Belos córregos e cachoeiras podem ser encontradas ao longo do caminho; além é claro, pixarros (Saltator Simillis) , gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea), bico-de-pimenta (Saltator fuliginosus), Tangará (Chiroxiphia caudata), sanhaço-cinza (Thraupis sayaca), sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), Maracanã (Leucophtalmus), alma-de-gato (Piaya cayana), saíra-sete-cores (Tangara seledon), dentre vários outros.






Um abraço à todos e contamos com sua visita! Tel.: (021) 2659-8981 (Gabriel)

Como Chegar

De Carro:
Sentido RJ x Magé:

Linha Vermelha ou Av. Brasil sentido BR -040 (Duque de Caxias), ao chegar à BR mantenha-se sentido Petrópolis até saída 107 (última antes do pedágio de Xerém); pegar a antiga Av. Automóvel Club em direção à  RJ 107 (antiga estrada de Petrópolis) até Vila Inhomirim (Fragoso).

De ônibus ou Van :

Existem conduções partindo de trás da Central do Brasil - no Terminal Américo Fontenelle, para Piabetá ou Duque de Caxias (Centro ou Sta.Cruz da Serra), onde na rodoviária local pega-se outro ônibus em direção ao bairro Raiz da Serra.

Basta pedir ao motorista para lhe deixar em Vila Inhomirim ( Fragoso ) .

De Trem / A Pé :

Pegue o trem em qualquer estação sentido Saracuruna (Duque de Caxias); depois pegue a conexão para a Vila Inhomirim (estação FRAGOSO).

Os horários no site da Supervia - supervia.com.br

Distância das capitais limítrofes

Rio de Janeiro - 63 km / São Paulo - 476 km / Belo Horizonte - 437 km / Vitória - 505 Km

Distância de cidades

São Gonçalo - 52 km / Petrópolis - 15 km /  Niterói - 59 km / Duque de Caxias (centro) - 31 km

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Nosso Orgulho!!!

Temos o prazer de informar aos amigos que hoje o coleiro de nome Jatobá  ganhou a 1ª colocação no "Torneio Porto da Pedra".

O melhor disto tudo é que o danado finalizou com nada mais, nada menos que 257 cantos! Tudo sobre fiscalização do chefe de roda Juarez e público presente!

Recorde foi estabelecido neste torneio de São Gonçalo!

A nota triste é que este pássaro não desfilará mais seus cantos em Vila Inhomirim, pois hoje já foi comercializado! Sorte ao novo propietário (Niterói / RJ) e parabéns!

Um abraço;
ACPVI.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ibama libera nova instrução normativa sobre criadores de passeriformes

 O presidente do Ibama, Abelardo Bayma, assinou a Instrução Normativa nº 15, de 22 de dezembro de 2010, publicada hoje (23) no Diário Oficial da União que regulamenta e atende o disposto na Resolução Conama n° 394, de 06 de novembro de 2007, que estabelece os critérios a ser considerados na definição das espécies da fauna silvestre de passeriformes, cujas criação e comercialização poderão ser permitidas.

A medida atende também o que está definido no Art. 225, §1°, VII, da Constituição Federal de 1988, que preconiza que a fauna deve ser protegida, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco a sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais a crueldade.

Esta nova instrução normativa foi construída com o apoio das lideranças do setor e do Congresso Nacional e legitimada depois de um longo e expressivo diálogo do Ibama com os segmentos deste importante setor da sociedade. Para o diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama, Américo Ribeiro Tunes, a medida atende o anseio da sociedade e, de forma transparente, facilita ainda mais as atividades dos criadores de passeriformes da fauna silvestre brasileira. Para Américo, “a instrução normativa moderniza o setor, propiciando a criação de passeriformes em cativeiro. Com a IN, espera-se uma maior oferta de passeriformes a preços menores, concorrendo em vantagem com a captura na natureza”.

A partir de agora, o manejo de passeriformes da fauna silvestre brasileira será coordenado pelo Ibama, para todas as etapas relativas às atividades de criação, reprodução, manutenção, treinamento, exposição, transporte, transferências, aquisição, guarda, depósito, utilização e realização de torneios.

A medida também vai permitir que o Ibama requisite passeriformes dos criadouros para usar em programas de reintrodução dessas espécies na natureza.

Na Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo), na Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro) e em cada superintendência, gerência executiva, escritórios regionais e bases avançadas do Ibama, haverá 1 (um) servidor-titular e, no mínimo, 1 (um) suplente, designados pelo diretor, superintendente ou gerente-executivo respectivo, através de ordem de serviço, para responder pelo assunto objeto da instrução normativa. De acordo com os novos procedimentos, as atividades de controle do manejo de passeriformes vão poder ser delegadas aos órgãos estaduais de meio ambiente, mediante convênio específico, sem prejuízo da competência supletiva do Ibama para as atividades de fiscalização.
Deverão ser cadastrados no Ibama as seguintes categorias, de conformidade com os objetivos da manutenção, se ornitofílica ou de comercialização:

1. Criador Amador de Passeriformes da Fauna Silvestre Brasileira (CAP): Pessoa física que mantém em cativeiro, sem finalidade comercial, indivíduos das espécies de aves nativas da ordem Passeriformes, descritos nos Anexos I e II da Instrução Normativa, objetivando a contemplação, o estudo e a conservação de espécies de pássaros ou para desenvolvimento de tecnologia reprodutiva das espécies, com possibilidade, a critério do Ibama, de participação em programas de conservação do patrimônio genético das espécies envolvidas.

2. Criador Comercial de Passeriformes da Fauna Silvestre Brasileira (CCP): Pessoa física ou jurídica que mantém e reproduz, com finalidade comercial, indivíduos das espécies de aves nativas da ordem Passeriformes, descritos no Anexo I da Instrução Normativa.

Com a liberação da IN, acontece uma grande mudança nos procedimentos: o Ibama deixa de distribuir anilhas e passa a fornecer apenas o número da anilha a criadouro devidamente cadastrado. Em relação a anilhas, há outra novidade: sócios-criadouros terão direito a, no máximo, dez anilhas. Antes, eram 50. E, nesta categoria, não é permitido o comércio – apenas a permuta –, para que fique assegurada a variabilidade genética. Um outro fato positivo é que os criadouros com boa performance poderão optar por vender os filhotes, com emissão de nota fiscal.

O povo brasileiro tem o hábito de criar pássaros canoros silvestres como animais de estimação. Durante muitos anos, isso tem sido feito de forma desordenada, sem controle e gerando-se  denúncias e maus-tratos. Para minimizar esta situação, o Ibama publicou portarias regulamentando alguns procedimentos para disciplinar o setor, evitar a captura de aves na natureza, definir data-limite para a participação em torneios de aves e para definir quais as espécies que podem ser criadas com fins amadoristas. A nova IN estabelece critérios nítidos e objetivos para a realização da fiscalização (o que se permite e o que não se permite), com amplo direito à defesa.

É bom lembrar que, a partir de 2001, a atividade de criação amadorista de passeriformes passou a ser controlada diretamente pelo Ibama, podendo optar o criador por se filiar ou não a uma federação. A partir deste ano, todo controle do setor ornitófilo começou a ser feito pelo Ibama. Foram publicadas outras instruções normativas e uma delas para definir o recadastramento de criadores passeriformes, que hoje é feito totalmente pela internet.

Com a publicação da nova instrução normativa, o Ibama avança nesta construção conjunta e atende a antigo anseio desta comunidade. A fauna silvestre brasileira agradece pelo entendimento. Para maiores esclarecimentos e informações, a instrução normativa e outras normatizações estão disponíveis no site do Ibama.

Clique no link abaixo:

Instrução Normativa nº15, de 22 de dezembro de 2010 – DOU 245

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O começo de uma nova era!

Imaginem uma localidade interiorana onde a maior personalidade tem o apelido de um pássaro "Garrincha"; localidade esta situada aos pés da  Serra da Estrela, habitat de mais de 250 espécies de pássaros, e de um povo verdadeiramente apaixonado por Passeriformes; estamos falando de Vila Inhomirim / Magé - RJ - Brasil.

Logo você deve imaginar que este lugar é repleto de torneios ou eventos, na qual todos amantes deste maravilhoso hobby podem curtir ou passar um fim de semana em seu predileto entretenimento; certo? Errado!

Devido à este vazio está sendo fundado a ACPVI (Associação dos Criadores de Pássaros de Vila Inhomirim); fruto este da união e vontade dos amigos: Eduardo; Gabriel; Márcio, dentre outros.

Esta página na net terá papel vital para divulgação dos eventos que esta associação irá proporcionar a seus membros e amigos!

Desde já anunciamos que nenhum tipo de negociação será realizada e que nossa idéia é  incluir nosso público-alvo criadores amadoristas de passeriformes devidamente registrados no IBAMA; para aqueles que tenham dúvidas à cerca deste procedimento é só clicar aqui.

Teremos o prazer de receber todos para um bom papo e apreciar os belos cantos de nossos amigos pássaros!

Um forte abraço;
ACPVI.